terça-feira, 26 de maio de 2009

Benfeitores da Comunidade Paroquial da Ribeira Chã - Félix Borges de Medeiros

Félix Borges de Medeiros formou-se em direito em Coimbra, em 1841. Fixou residência no Porto onde foi advogado de boa reputação. Casou naquela cidade com Dona Ana Emília de Castro Silva, da casa dos viscondes de Santo António do Vale da Piedade (Castro e Silva).
Em 1851, por ocasião do movimento político que ficou denominado de Regenerador, de que o marechal Saldanha recebeu no Porto as honras triunfais, foi o Dr. Félix Borges de Medeiros nomeado Governador Civil do Distrito de Ponta Delgada, tomando posse no dia 25 de Julho desse ano. Não tinha tido antes, nem teve depois, outro cargo político.
Durante 17 anos exerceu o elevado cargo entre os seus conterrâneos, e com tal acerto que pode desmentir o ditado – “ninguém é profeta na sua terra”.
Deveu isto, em boa parte, a não se intrometer em lutas políticas. Deixava livremente debaterem-se os partidos em volta das urnas, limitando-se a fiscalizar a observância das leis e a manter a ordem. Um belo ideal de autoridade, que ninguém seguia nem seguiu. Foi toda administrativa a sua missão de governar, e neste ponto os vinte e três relatórios que dirigiu ao Governo e apresentou à Junta Geral em muitas sãs suas sessões, que existem publicadas, são o mais elogioso pregão das suas altas faculdades e zelos do interesse pelos progressos distritais. Os 17 de governo do Dr. Felix Borges foram aqueles em que mais se desenvolveu o Distrito de Ponta Delgada:
Fundou – se o Liceu.
Foi criada a repartição de obras públicas, que logo começou a tratar da viação e portos de Santa Iria e Capelas.
Estabeleceu-se a ligação a vapor entre Lisboa e os Açores.
Extinguiram-se os dízimos.
Aboliram-se os morgados.
Obteve-se a livre cultura e fabricação de tabaco, pensamento iniciado 40 anos antes pelo desembargador Vicente José Ferreira Cardoso.
Inauguram-se em Setembro de 1861 os trabalhos do Porto Artificial, um secular desejo dos micaelenses.
Multiplicaram-se as escolas primárias oficiais e municipais.
Começou a construção do antigo edifício balnear das Furnas.
Extinguiu com as masmorras que existiam nos baixos do Paço Municipal de Ponta Delgada.
Em nota de curiosidade, foi também o Dr. Felix Borges que ofereceu à Ribeira Chã no ano de 1853 a imagem de São José. Essa imagem pertencia ao extinto convento da Conceição, hoje Palácio da Conceição.

Informação retirada das obras:
Biblioteca Açoriana 1º e 2º Volume
Album Açoriano pg. 180

sábado, 23 de maio de 2009

Aconteceu em Maio na Ribeira Chã

1864 – 3 de Maio
A Junta da Paróquia de Água de Pau deliberou caiar, retelhar e comprar fechadura para a Ermida de Nossa Senhora da Ajuda no Pisão, que na altura ainda se encontrava de pé.

1898 – 1 de Maio
Festa do Patriarca São José no Lugar da Ribeira Chã. Houve bonita música e um óptimo discurso pelo distinto capelão Fidalgo e Vigário da Capela Real de São Pedro de Ponta Delgada. Houve fogo, e a Ribeira Chã ficou lindamente enfeitada com verduras, flores e bandeiras. Houve ainda uma procissão com andores do Menino Jesus, Nossa Senhora e São José, sendo fechada pelo Santo Lenho, seguido da Banda Marcial de Água de Pau.

1953 – Maio
É arrematada em hasta pública por oito mil e dez escudos pela paróquia de Água de Pau uma casa na rua dos Arrifes que foi mandada construir pelo Marquês da Praia e Monforte e que depois pertenceu a sua filha D. Maria Francisca Borges Coutinho de Medeiros Sousa Dias da Câmara até ao falecimento desta. A casa veria a ser residência paroquial.

1962 – Maio
É inaugurada pelo Presidente da Câmara Municipal da Lagoa Eng. João Mota Amaral, a nova estrada de acesso á Ribeira Chã.

1962 – 27 de Maio
Cerimónia a que presidiu o venerando Bispo de Angra, onde estiveram presentes autoridades civis e militares, clero, na qual foi benzida a primeira pedra para a nova Igreja da Ribeira Chã, festa que teve a marcá-la o calor da fé, que o seu povo tem sabido imprimir, um grande sacerdote: o Reverendo Padre João Caetano Flores.

1966 – Maio
Visita as obras da nova Igreja da Ribeira Chã Sua Excelência Reverendíssima Monsenhor Maximiliano Furstenberg, Núncio Apostólico, membro distinto e nobre ao serviço diplomático da Santa Sé.

1966 – 18 de Maio
É criado o decreto-lei nº 47014, que elevou o lugar da Ribeira Chã à categoria de freguesia.

1967 – 1 de Maio
É prestada na Ribeira Chã homenagem ao Agente Técnico de Engenharia, João da Mota Amaral antigo Presidente da Câmara Municipal da Lagoa.

1967 – 1 de Maio
Um dos dias mais importantes na história da Ribeira Chã. Neste dia foi inaugurada a rua Engenheiro Arantes e Oliveira, de acesso directo à nova Igreja. Foi igualmente inaugurada a nova Igreja da jovem Paróquia da Ribeira Chã. O novo templo foi benzido pelo Bispo de Angra, D. Manuel Afonso de Carvalho, coadjuvado por D. Humberto de Sousa Medeiros e D. Manuel Saraiva, Bispos de Brownsville e do Funchal. A nova Igreja foi da autoria do arquitecto açoriano, Read Teixeira e os seus paneis da Capela-mor e da Via-sacra são da autoria do Pintor Tomás Borba Vieira.

1967 – 4 de Maio
O Povo e o Pároco da Ribeira Chã, prestam homenagem ao Engenheiro Arantes e Oliveira, Ministro das Obras Públicas, por todas as obras feitas na
Ribeira Chã.

1967 – 15 de Maio
O Padre João Caetano Flores, pároco da Ribeira Chã, foi agraciado com a Ordem de Benemerência pelo Presidente da República.

1975 – 1 de Maio
É criado pelo Padre João Caetano Flores o Boletim Paroquial “Despertar”

1976 – 2 de Maio
É inaugurada uma exposição bíblica no Salão Paroquial, que teve a colaboração dos alunos da 5ª classe da Catequese e dos Srs. Padres José Ribeiro e José Joaquim Rebelo

1976 – 4 de Maio
Falece o Sr. João Inácio de Medeiros com 63 anos, que foi grande benfeitor da Igreja da Ribeira Chã.

1980 – 1 de Maio
O Vigário Episcopal de S. Miguel Reverendo Padre Dr. Hermínio Pontes benze o terreno, onde ficaria implantado o edifício do Museu de Arte Sacra e Etnografia da Ribeira Chã e é lançada a primeira pedra.

1980 – 2 de Maio
Inicia-se as obras de construção do edifício do Museu de Arte Sacra e
Etnografia da Ribeira Chã. Ficou situado a nascente da Igreja, em terreno doado à Paróquia pelo casal João Inácio de Medeiros e Maria Laura Pereira.

1983 – Maio
Realizou-se em Ponta Delgada por ocasião das festas do Senhor Santo Cristo, a Feira Regional de Artesanato em que na sessão de encerramento os participantes da Ribeira Chã receberam o seu cartão de artesãos e artesãs.

1986 – 5 de Maio
Por altura das festas do Senhor Santo Cristo e a convite do Padre João Caetano Flores, visitaram neste dia a Ribeira Chã o Bispo de Viseu D. José Pedro da Silva e o Bispo do Funchal D. Teodoro de Faria.

1991 – 3 de Maio
Neste dia e mais uma vez a convite do Padre João Caetano Flores visitaram a Ribeira Chã e uma exposição aí realizada dedicada ao Papa João Paulo II, o Cardeal Moreira das Neves, Arcebispo da Baia e Primaz do Brasil e D. Jorge
Urtiga, Bispo Auxiliar de Braga.

1992 – 1 de Maio
Comemoração dos 25 anos da Bênção e Inauguração da nova Igreja da Ribeira Chã, em que houve uma missa solene celebrada, pelo Senhor Bispo D. Aurélio Granada Escudeiro, Bispo de Angra, seguido de um Te Deum de Acção de Graças e da inauguração de uma Exposição Fotográfica e Documental e Sessão Solene, no Centro de Cultura e Catequese.

1993 – 13 de Maio
Visita do Cardeal Patriarca de Lisboa, D. António Ribeiro, à Freguesia da Ribeira Chã e ao seu Centro Social e Paroquial.

1995 – 22 de Maio
Visitaram neste dia a Ribeira Chã e o Centro Social e Paroquial, os bispos D. Aurélio Granada Escudeiro, bispo de Angra, Dr. Dom José Cerviño, bispo de Tui – Vigo e D. Donald W. Montrose, bispo de Stockton – Califórnia.

1996 – 10 de Maio
É inaugurada na Ribeira Chã a Casa Museu Maria dos Anjos Melo. Representa uma casa típica rural, uma casa pobre.

1997 – 1 de Maio
É feita a Sagração da Igreja da Ribeira Chã. Estiveram presentes para além de diversas individualidades locais e sacerdotes, o Senhor Bispo Emérito de Angra D. Aurélio Granada Escudeiro, que benzeu o Incenso e sagrou as 12 cruzes feitas em mosaico e existentes na Igreja e o novo Bispo de Angra D. António de Sousa Braga.

1999 – 1 de Maio
É inaugurada pela Câmara Municipal da Lagoa, a Remodelação e Ampliação da Escola Básica da Ribeira Chã, que passou a designar-se por Escola Básica Padre João Caetano Flores.

2005 – 22 de Maio
É inaugurado no Centro de Catequese e Cultura, uma exposição temporária dos Núcleos Museológicos “Plantas Usadas na Medicina Popular”, que contou na sua inauguração com a presença do Grupo Orfeónico Juvenil do Conservatório Regional de Ponta Delgada, sendo nesse mesmo dia apresentado um catálogo de Plantas Medicinais, elaborado pela Dra. Lourdes Pacheco e editado pelo Centro Social e Paroquial da Ribeira Chã.

2008 – Maio
São feitas durante todo o mês de Maio, na freguesia da Ribeira Chã, obras de beneficiação e reparação do Parque Infantil. Toda a obra foi comparticipada pela Secretaria Regional da Habitação e Equipamentos e constou, da substituição de baloiço, escorrega, brinquedo de mola, baldes de lixo, reparação dos bancos de jardim, pintura e serviço de jardinagem. A pintura de todo o espaço foi da responsabilidade da Secção de Obras da Câmara Municipal da Lagoa.

terça-feira, 19 de maio de 2009

Um Pouco de História - A Toponímia da Ribeira Chã

A actual freguesia da Ribeira Chã, situada entre a Vila de Água de Pau e Vila Franca do Campo, tem a nascente o pitoresco lugar da Praia e logo a seguir a freguesia de Água de Alto. A presença da Serra de Água de Pau originou entre outros os topónimos de Água de Pau, Ribeira Chã e Água de Alto. A Ribeira Chã é uma freguesia rural onde habitou sempre uma população que vivia da terra para a terra. A Ribeira Chã é um lugar habitado desde o tempo de Gaspar Frutuoso, pois o cronista na sua obra “Saudades da Terra” faz, referência a isso. No aspecto religioso, dependia da igreja de Nossa Senhora dos Anjos, de Água de Pau, que lhe ficava mais perto, sobretudo atravessando pelos caminhos e atalhos de outros tempos. O primeiro templo que existiu foi a ermida de Nossa Senhora da Ajuda manda edificar pelo casal José Botelho Veloso e Maria de Frias no ano de 1724. Ficava situada junto ao mar, ao lado poente de quem sobe a primeira curva do Pisão.
Vivendo perto do mar e dispondo de belas praias, os habitantes da Ribeira Chã não se dedicaram à actividade piscatória. Preferiram sempre os trabalhos agrícolas, as pastagens e os matos que lhe bastavam para as suas necessidades do dia-a-dia.
Para norte, o terreno vai-se elevando gradualmente e as terras de cultivo vão dando lugar às pastagens, matas e matos até aos visos da serra. Para sul, o mar com suas costas formam boas praias e rochas de bons pesqueiros. Para nascente, separada da freguesia de Água de Alto por profundas grotas abertas pela erosão das águas pluviais num solo de materiais pulverulentos, onde se encontra a Ribeira da Praia que no inverno era por vezes tão caudalosa que destruía as pontes. Para poente, existem também grotas, igualmente motivadas pelo declive e chuvas. Abrigada dos frios do norte e exposta ao soalheiro sul, os habitantes tem como principal actividade nos dias de hoje a lavoura. No entanto muitos deles trabalham hoje fora da freguesia, principalmente no comércio ou na indústria. As suas necessidades comerciais e administrativas dependiam da antiga Vila de Água de Pau. Actualmente, estão dependentes da vila da Lagoa, que lhe fica muito mais longe que Vila Franca do Campo.
A Ribeira Chã não está ligada a factos históricos de relevo, nem possui monumentos de celebridade. As suas habitações surgem, agradavelmente dispersas dos lugares que a dominam panoramicamente.
A sua toponímia dá-nos o aspecto ancestral mais curioso da sua vivência. Ali não há o artificialismo subserviente de nomes políticos ou de datas que quase ninguém conhece o significado. Os nomes das vias públicas ou dos lugares ainda são os mesmos do tempo dos seus antepassados. Veja-se os nomes das suas principais vias de comunicação:
Rua dos Arrifes, a maior e mais importante da localidade. Terá origem do seu nome relação com a freguesia suburbana de Ponta Delgada? Este topónimo aparece na freguesia da Candelária numa canada que atravessa da estrada nacional até quase à cumieira das Sete Cidades.
Rua de S. José, certamente em homenagem ao santo padroeiro da Ribeira Chã, desde meados do século XIX. Com este topónimo há vias públicas noutros lugares da ilha, tais como: em Rabo de Peixe, Ribeira Seca (Ribeira Grande), no Rosário, da Vila da Lagoa e em Santa Barbara, da Ribeira Grande.
Rua do Pisão, nome que não se repete em nenhuma via pública desta ilha que seja habitada.
Canada do Botelho. Tem origem antroponímica e logicamente tem origem em pessoas que usavam este nome e que ali viviam ou possuíam bens. Este antropónimo aparece em outros lugares desta ilha, como na Ribeira Grande, Livramento e São Vicente Ferreira. Este não sabemos quem lhe deu origem, mas o do Livramento vem de Jerónimo Botelho de Macedo e o da Ribeira Grande vem de um dos filhos ou netos do Capitão Nicolau de Arruda Botelho, pois os filhos foram para o Brasil e só um trouxe de lá mais de seis arrobas de ouro que meteu na Casa da Moeda em Lisboa, alem do que trouxe para casa. Os netos daquele Capitão, alguns nascidos no Brasil, (do ciclo do ouro) tiveram suas casas ali e um deles começou a edificar uma grande casa no cimo daquela rua.
Rua do Caldeirão, em local que se situa entre esta freguesia e a estrada nacional. Em Água de Alto há também uma rua com este nome.
Rua da Boavista, é uma curiosa denominação que também aparece nos Arrifes, nas Calhetas, Rabo de Peixe, Ponta Garça, Água de Alto, Maia, Ribeirinha, Lagoa, Santo António Nordestinho e Ponta Delgada.
Rua dos Quatro Alqueires. É o único nesta ilha, em vias públicas habitadas.
Rua da Igreja. É um topónimo muito vulgar nesta ilha e que só por si invoca o aspecto religioso da sua população.
Oxalá que este grande exemplo que nos tem dado o povo da Ribeira Chã fosse seguido pelas outras povoações desta ilha. A toponímia micaelense era imensamente castiça. Com o advento do regime republicano as edilidades começaram a sua obra de destruição. Para memoriar factos e políticos que nada tinham a ver com os Açores, foram sacrificados os mais invocadores nomes da nossa tradição multisecular. Eram nomes sem significado de autonomia que as edilidades impunham a uma população em nome de quem governavam. Assim, perdeu-se, não irremediavelmente, a pitoresca toponímia micaelense no que Ponta Delgada deu o pior dos exemplos.
Informação Retirada do Boletim Despertar de 5 de Março de 2009

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Princesa Espertalhona - Alterações

Por motivos alheios aos Centro Social e Paroquial da Ribeira Chã, a peça de teatro "A Princesa Espertalhona" a realizar pelas técnicas do CIPA como complemento da acção de formação anteriormente realizada com o título de "Sensibilização para a Igualdade de Géneros", foi adiada para o próximo dia 17 de Junho.